Protagonismo

Marcas centenárias de atletas traduzem consolidação da Malgi

Duda, Evelyn, Marília e Karina superam cem jogos ou gols pela equipe pelotense de futsal, que neste ano tenta mais uma vez conquistar o Estadual após bater na trave em finais

Foto: Carlos Queiroz - DP - Marília (E), Evelyn, Duda (ao centro) e Karina (D) voltarão a quadra no sábado, no ginásio do Profut

Duda tem 186 jogos e 144 gols pela Malgi; Evelyn, respectivamente, 186 e 99; Marília soma 130 partidas e 71 bolas na rede; Karina entrou em quadra 97 vezes vestindo as cores da equipe e marcou 109 gols. Os números centenários são frutos de um trabalho de longo prazo, responsável por consolidar o time de futsal feminino de Pelotas como referência estadual. As meninas da categoria adulta buscam o primeiro título do Gauchão, conquista que vem batendo na trave. Nesse cenário, a coordenação procura mais parcerias para garantir a viabilidade do projeto, que também envolve escolinhas de base e programa social. 

Autora do último gol da Malgi, neste sábado (5), contra a Celemaster, Duda vive sua décima temporada integrando o projeto, que teve em 2016 a fundação considerada oficial. Por isso, ela fala com propriedade sobre as transformações ocorridas. “O que mais mudou foi a nossa visão de jogo, de como se portar dentro de quadra. A experiência que a gente criou nesses anos todos. Como se consolidaram pessoas com muito tempo, criou uma identidade”, diz a fixa. 

Algumas atletas do elenco adulto moram em uma espécie de alojamento – não é o caso das quatro citadas. A rotina delas tem outras demandas, como a graduação, por exemplo, mas a Malgi fica sempre como foco. “Pra nós, conciliando faculdade e futsal até ajuda. Dá certo. A gente conversa, tenta ajustar horários de treino, mas sempre dando prioridade aqui. Hoje, somos atletas profissionais e temos que dar prioridade pra isso”, explica Evelyn. 

Sobre a dedicação ao projeto, Marília complementa. “É atividade todo o dia, praticamente. Se não tá em quadra, tá na academia. E se não tá em nenhum dos dois, tá vendo vídeo do nosso jogo anterior”, conta a ala da Malgi.

Título escapando por pouco

Em sete partidas na atual edição do Estadual da Liga Gaúcha de Futsal, as pelotenses garantiram classificação antecipada às fases de mata-mata, com 16 pontos. A quebra da invencibilidade aconteceu no sábado, fora de casa, na derrota por 4 a 1 para a Celemaster. A equipe de Uruguaiana é a grande adversária da Malgi no Rio Grande do Sul. 

A rivalidade já criada com a Celemaster tem história de troféus que escaparam por pouco. Em 2021, o time do técnico Maurício Giusti perdeu a partida de ida da decisão, em Pelotas, e ia sofrendo 5 a 1 na Fronteira Oeste, mas virou e ganhou por 6 a 5. Na prorrogação, um pênalti polêmico, como lembram as gurias, abriu o caminho para a vitória e o título da equipe de Uruguaiana. 

“A gente ainda não foi campeão estadual, mas se consolidou sempre estando em finais, disputando. E assim, batendo na trave. Foi por detalhes mínimos”, lembra Duda. Ao contrário da Malgi, onde o foco é o desenvolvimento técnico em prazo mais longo, a Celemaster conta com maior capacidade de investimento para formar um elenco a partir de contratações. 

Para as meninas da equipe de Pelotas, que tem mandado suas partidas no ginásio do Profut, na região do Porto, um dos objetivos agora é conseguir a taça do Gauchão e voltar a disputar torneios nacionais, como já aconteceu com Taça Brasil e Copa do Brasil, quando a Malgi enfrentou o Taboão da Serra (SP) em ida e volta.

Números que dão visibilidade

Além de treinador da equipe adulta feminina, Maurício Giusti é o fundador da Malgi. Ele diz que as marcas são impressionantes e precisam de reconhecimento. “É gratificante, motivo de orgulho. É motivo de fazer tudo valer a pena. Tudo que a gente se dedicou ao longo desses quase 15 anos de projeto. A ideia de mudança de vidas, desenvolvimento social, de dar protagonismo às meninas, às mulheres. Isso concretiza, tira do mundo abstrato”, afirma. 

A respeito da visibilidade, Duda fala que sempre existiu, mas o crescimento tem invertido positivamente o cenário. “A gente ia atrás, na rádio, no jornal, mas de uns tempos pra cá vem mudando, as pessoas nos procuram mais. É o lugar em que a gente espera chegar: que nos procurem”, salienta a jogadora. 

Giusti complementa citando a ligação entre as atletas e o escudo. “A Malgi cresce junto com elas, elas crescem junto com a Malgi. Então hoje não tem como dissociar a Evelyn da Malgi, a Dudinha da Malgi, a Marília da Malgi, a Karina da Malgi. Então quando elas começam a ser as ‘fulanas da Malgi’ é muito gratificante, muito legal, elas acabam sendo a cara desse projeto, que é pra elas, na verdade”, diz.

Empresas podem contribuir

O projeto da Malgi não é só do time adulto feminino. Há uma escolinha para meninos e meninas de três a 17 anos. As categorias sub-15 e sub-17 se preparam para iniciar os respectivos Estaduais. Existe também um projeto social voltado a alunos da rede pública municipal, de sete a 17 anos, usufruindo do ProEsporte da Prefeitura de Pelotas. De forma geral, além disso, a coordenação busca recursos imediatos. 

“Financeiramente, esse ano a gente está muito bem organizado. Está tudo dando certo, grandes parceiros. Mas temos alguns entraves burocráticos, fazendo com que a gente tenha problemas financeiros. A gente tem dois meses pra sobreviver, e aí a gente está buscando parceiros pra tapar os buracos desses dois meses”, explica Maurício, citando a necessidade de R$ 20 mil para esse curto período. 

Dentro das quadras, a equipe adulta feminina vai disputar ainda o Estadual da Federação Gaúcha de Futsal (FGFS), competição diferente da vinculada à Liga Gaúcha, cuja última rodada da primeira fase será no próximo sábado, às 19h, com jogo contra a Associação Palestra, de Erechim, no Profut. Empresas interessadas em ajudar o projeto podem entrar em contato via Instagram @futsalmalgi ou com o coordenador, pelo número (53) 98117-0055.

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